sábado, 29 de março de 2014

Rota das Igrejas.

 
Com base na mensagem anterior sobre os morangos, temos também um caso com a nossa Câmara Municipal, mas neste caso a Rota das Igrejas.
 
Todos os anos a Câmara Municipal abre as nossas igrejas ao turísmo, o que acho uma excelente ideia, ajudando a mostrar os nossos belíssimos monumentos, mas existe um mas e que passa ao lado de quem faz esta rota...as pessoas que se encontram a guardar as igrejas.
 
Estas pessoas que não passam de meros vigilantes, pois não recebem qualquer tipo de formação, são trabalhadores angariados no fundo de desemprego, de todas as áeas de atividade, grande maioria deles a receber na média dos 200 euros mensais de subsidio. E não pode ser qualquer pessoa tem de ser com formação superior e de preferência senhoras, pois ficam melhor com as tonalidades das igrejas.
 
A câmara compensa com pouco mais de 100 euros, ficando as mesmas a receber pouco mais de 300 euros, o que é bastante bom para a câmara municipal. Ter a seu cargo pessoas com formação superior, a trabalhar aos fim-de-semana e feriados, incluindo períodos noturnos, sem receber mais por isso, é um achado que não vejo ser permitido em outros lados. E mais uma coisa, as igrejas não são todas em Peniche logo ainda estes valentes trabalhadores têm que ter automóvel para se poderem deslocar para todo o concelho a espensas próprias tal é o ordenado que recebem.
 
Tenho pena que quem seja responsável por esta belissima ideia não coloque nessa rota a sua família, que deixe numa igreja sozinha à noite a sua esposa ou namorada, pois apenas se encontra uma por igreja, arriscando assim a que quem apareça a visitar seja bemfeitor e não o contrário. Muitas senhoras acabam por arranjar baixas médicas ou chamar os maridos/amigos para lhes fazerem companhia tal é o terror de estarem sozinhas sujeitas ao que lhe pode entrar no local, para não falar que uma igreja à noite sem mais ninguém impõe respeito.
 
Tenham respeito pelas pessoas. Querem trabalhadores contratem e paguem condignamente com as funções e horários pretendidos, proponham contratos a essas pessoas que vão buscar e paguem como manda a lei, não escravizem por favor.

1 comentário:

José Carlos Romão disse...

Eu não sabia que era deste modo que a autarquia geria a rota das igrejas, mas se é a maneira com que o munícipio consegue manter este excelente projeto sem comprometer o seu orçamento, então acho bem. Verbas para o património, a haver, muito melhor seriam empregues em trabalho especializado (vigilância de intervenções, restauro...) do que em mera vigilância, que talvez até de forma voluntária se arranjasse.